quinta-feira, 21 de março de 2013

Rolling Stone: Por dentro de “Spring Breakers”, o filme mais sensual do ano!

A Rolling Stone, uma das revistas mais conceituadas dos EUA fez uma review de Spring Breakers e você pode conferir essa review, traduzida:

Quando a noticia começou a se espalhar sobre “Spring Breakers” – o filme sensual sobre quatro sexys garotas da faculdade de uma cidade pequena, que entram em uma onda de crimes violentos, estrelado por Selena Gomez e Vanessa Hudgenss e dirigido por Harmony Korine, um diretor indie provocador – soou como um caso clássico mútuo de exploração sexual. As ingênuas garotas iriam receber seu momento adulto, e Korine iria começar a filmar as ex-estrelas da Disney fazendo coisas na praia. “Biquínis e peitões, pessoal,” como diria o ator James Franco, no personagem rapper e drogado chamado Alien, “é disso que é feito a vida!”
Como se vê, é muito mais do que isso: uma forma conservadora e subversiva de assumir a cultura “gils gone wild”, um olhar para os efeitos de entortamento que a TV e as redes sociais têm sobre as crianças, mesmo numa cena memorável envolvendo Franco e algumas armas, temos uma crítica hilária de um capitalista moderno. “É uma mistura e uma refiltração sobre todas essas coisas”, diz Korine. Não é realmente uma das respostas, ele disse que queria que o filme passasse a sensação de “mais como uma experiência de drogas do que uma narrativa tradicional” e o chama de “ambíguo” e “pós-articulação”. Mas talvez, o melhor resumo vem de sua descrição da música “Everytime” de Britney Spears, que marca o clímax emocional do filme: “Sempre achei que essa música era realmente cativante e bem pop, mas nas entrelinhas era como se houvesse uma espécie de ameaça nessa música.”
É uma manhã ensolarada em Nashville, e Korine está sentado em uma mesa de piquenique, fora de seu apartamento bagunçado que ele usa para um escritório – não muito longe de onde ele vive com sua esposa e filha, há meia milha da casa onde ele cresceu, e no final da rua, um parque onde ele costumava ir com seus amigos. Ele acabara de voltar de uma semana de premieres européias – Paris, Berlim, Roma (“Havia 7.000 crianças gritando na rua. É o que eu vou ter mais próximo, perto de um “momento Justin Bieber.”) – E ele parece um pouco cansado, com os olhos pesados e flocos cinzas em sua barba. Em um momento, ele corre para trás de uma árvore para urinar – um movimento clássico de Korine, que ele escreveu em seu filme de 1995, Kids – e em seu caminho de volta, ele mostra um leve mancar, o resultado persistente de um tornozelo quebrado que ele sofreu, a mais de uma década atrás, enquanto filmava um filme que nunca foi acabado, chamado Fight Harmduh, no qual, ele arrumava brigas com grandes, nervosos e estranhos, enquanto um amigo o filmava do outro lado da rua. “Eu só queria fazer a maior comédia de todos os tempos”, diz ele, dando um sorriso irônico. “Há uma série de razões, pela qual, essa foi uma ideia confusa.”
De certa forma, Korine construiu sua carreira nas ideias confusas – a partir de sua bizarra, polarizando clássicos filmes indies, incluindo Trash Humpers e Gummo, para assunto mais, hum, pessoais, como sua afiliação com o notório Leonardo DiCaprio, no final dos anos 90, com “Pussy Posse”; o hábito de um usuário de crack; se refugiou na selva panamenha; e dois incêndios acidentais em casa. (Para ser justo, ele não estava mesmo em casa, e ele tem sido complamente limpo por mais de uma decáda.)
Enquanto “Spring Breakers” apresenta nenhuma falta de uma sensualidade louca – incluindo um bong feito de uma boneca, um trio em uma piscina, um virtuosístico, um assalto à um restaurante de frango com armas de neon, e uma longa, homoerótica felação de uma pistola carregada com um silenciador – que também consegue ser suave, até mesmo doce, com uma espécie de camaradagem do “poder feminino” , que quase poderia ser chamado de feminista. “As pessoas sempre dizem: ‘Seus filmes não têm moral’”, diz Korine. “Mas no final, eu sei que meu coração é puro. Era importante pra mim, que as garotas sentissem isso também. E no final, o filme estava do lado da justiça.”
Korine, 40, cresceu um dia ao ver o movimento de carros nas praia da Flórida, que ele chama de “o Redneck Riviera”, mas ele nunca foi à um spring break. “Eu passei os meus verões em San Fransisco, andando de skate e dormindo em telhados”, diz ele “ou pulando em ônibus Greyhound e indo para Kentucky ou Las Vegas.” Depois de chegar com a ideia para o filme, ele levou vários meses coletando imagens das escolas universitárias e sites pornográficos, então escreveu o filme em 10 dias em Panama City Beach, que onde coincidiu com o spring break.
“Eu verifiquei em meu hotel, e era como um ponto zero”, diz ele. “As crianças transando nos corredores, todo mundo vomitando em você, ouvindo Taylor Swift a noite toda – era insuportável, então eu fui para outro hotel e aconteceu a mesma coisa, então eu dirigi 20 minutos para esse Marriott em um campo de golfe. Eu entrei lá, e havia anões em toda parte. Eu estava como, ‘Tudo bem. Isso vai funcionar.”
Korine teve a ideia de lançar as estrelas da Disney depois de assistir suas séries com sua filha de quatro anos, Lefty. Mas sua arma secreta acabou sendo sua esposa, Rachel, que também estrela no filme, e que liderou por exemplo e fez ficar mais confortável para o resto das meninas seguirem seu exemplo. “Eu precisava de alguém que fosse corajoso e destemido”, diz ele. “Não havia nada que eu falasse pra ela, que ela não iria fazer” – incluindo tirar a parte de cima de seu biquíni, xingar homens bêbados e fazer cantadas sobre suas partes íntimas. Korine acrescenta: “Na verdade, a ideia foi dela.”
O filme foi filmado em St. Petersburg durante um spring break, muitas vezes fugindo de paparazzi e milhares de cervejas extras. “Toda a vibe estava tão furiosa e frenética”, diz Korine. “Tinha um caos pra isso. Uma espécie de mania sinistra.” Uma das cenas chaves, é em uma salão de bilhar que Korine encontrou no gueto. “Ele era super deformada”, diz ele. “Apenas pit bulls e bitucas de cigarros e colchões queimados. Era tão bonito.” Misture trance-y, dubstep por Skrillex e o compositor Cliff Martinez, em uma trilha sonora com Rick Ross e Gucci Mane (que também co-estrela como traficante rival de Franco), e tudo isso colabora para um louco, embriagado sonho febril de um filme que, como Korine diz, “é como se fosse iluminado com Skittles.”
Embora ele faça filmes indies estranhos, desde que ele tinha a idade de Gomez, Korine espera que “Spring Breakers” seja um ponto de virada. “É chato fazer apenas filmes para o mesmo público, uma ou outra vez”, diz ele. “Eu quero fazer um trabalho mais radical, mas divulgá-lo como algo mais comercial.” Ele diz que já começou a pesquisar sobre o seu próximo projeto: “Eu quero me dedicar completamente. Criativamente, estilisticamente, eu vou fazer isso. Meu sonho sempre foi me infiltrar naquilo que fosse popular. Eu sempre pensei que era a forma de se ter alguns danos graves.”
Essa matéria é da revista de março da Rolling Stone.


POSTADO POR:VICKIÉÈH - - 

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